Economia

FMI admite flexibilizar metas do défice em Portugal

Bandeira de Portugal

A 'troika' admite suavizar as metas orçamentais para portugal se a crise da dívida soberana e do euro atingir em força a economia nacional.

Se Portugal fizer bem o trabalho que tem pela frente, executando as medidas estabelecidas no Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), mas ainda assim houver dificuldades externas que impeçam a prossecução das metas acordadas, a troika está disponível para rever as metas do défice e da consolidação orçamental exigidas ao país.

Esta tarde, em conferência de imprensa telefónica, o chefe da missão do FMI em Portugal, Poul Thomsen afirmou que «se houver uma deterioração no ambiente externo que atinja portugal e impeça o país de atingir as metas definidas, não poderemos dizer, de forma cega, que serão necessárias medidas adicionais para atingier os mesmos objectivos. Devemos estar disponíveis para os rever. Não estou a dizer que vamos optar por esse caminho, mas acho que devemos manter uma mente aberta para os rever».

Desvalorização Fiscal e Taxa Social Única

A troika recupera ainda a ideia da desvalorização fiscal para dizer que há que encontrar alternativas ao corte da Taxa Social Única (TSU), abandonado pelo governo.

O chefe da missão do FMI em Portugal sublinhou que «o governo retirou esse ponto da agenda. Isso significa que temos um buraco no caminho da reforma estrutural, e temos de encoinjtrar alternativas para estimular a produtividade e a competitividade».

Poul Thomsen acrescentou que isso pode ser feito através de «medidas que acelerem a abertura da economia interna a maior competição, de forma a haver pressão no sentido da diminuição de preços», garantindo que essa matéria vai estar em discussão «em janeiro e fevereiro, antes da próxima revisão do programa».

Thomsen enfatizou ainda que o corte de meia hora no horário de trabalho «não chega» para compensar a ausência da redução da TSU.

Excedente do Fundo de Pensões poderia ser poupado

O líder da missão do Fundo Monetário Internacional afirmou ainda que o governo fez bem em reservar parte do excedente ganho com a transferência dos fundos de pensões da banca (que no total valem cerca de 6 mil milhões de euros) mas sublinhou que, em teoria, qualquer excedente deve ser utilizado para construir um "pé-de-meia" para eventuais dificuldades.

Portugal regressa aos mercados em 2013

Nesta CI o chefe da missão da troika em PT disse ainda que está convencido que a crise do euro e da dívida vai ser ultrapassada e que Portugal vai mesmo regressar aos mercados em 2013, tal como estabelecido no PAEF.