O aumento das listas de espera para exames em hospitais públicos estará ligado às novas regras que condicionam o acesso aos privados, a não ser em casos especiais.
As listas de espera para a realização de exames em vários hospitais públicos já é superior a cem dias, noticiou o Diário de Notícias.
Dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, a pedido do Bloco de Esquerda, dizem que, em Agosto, a média de espera para um exame era de 96,4 dias, tendo passado em Setembro para 105,7 dias, o equivalente a cerca de três meses e meio.
De acordo com este jornal, as listas de espera cresceram semana e meia em um mês com a entrada em vigor das novas regras que condicionam o acesso aos privados, anão ser em casos especiais.
O DN adianta ainda que os dados fornecidos pelo Ministério não distinguem o tipo de doentes afectados por estes atrasos, contudo, mas as ressonâncias magnéticas, TAC, ecografias, medicina física e reabilitação serão as áreas mais afectadas.
O Bloco de Esquerda já alertou para situações em que o atraso pode agravar a doença ou ser mesmo fatal para o paciente e o deputado João Semedo entende que estes dados provam que a qualidade na prestação de cuidados de saúde se está a agravar.
«Acho que não é possível reduzir os orçamentos dos hospitais desta forma tão violenta, tão drástica e tão repentina que nem sequer dá tempo aos serviços para se organizarem e encontrarem uma solução para a realização nestas circunstâncias do que são as suas responsabilidades», explicou.
Ouvido pela TSF, este deputado bloquista frisou que «não é possível tomar estas decisões e ao mesmo tempo dizer que nada vai acontecer».
«O que vai acontecer é uma redução significativa da qualidade e da prontidão da prestação de cuidados de saúde, sejam as cirurgias, consultas ou os exames complementares de diagnóstico», concluiu.