A Quercus vai apresentar uma nova denuncia à UNESCO contra a ameaça ao Douro Património Mundial provocada pela construção de uma linha de alta tensão que ligará a Barragem do Tua a Armamar.
Depois da construção da barragem de Foz Tua e dos avisos sobre a possibilidade da desclassificação, a Quercus fala agora numa nova «atrocidade» que o Governo se prepara para cometer dentro do Alto Douro Vinhateiro, classificado há 10 anos.
Os ambientalistas referem, em comunicado, que está em consulta pública o projecto da linha de alta tensão a 400 quilovolts que ligará a barragem de Foz Tua a Armamar.
Este projecto prevê que as linhas de transporte de electricidade a implantar sejam suportadas em postes (torres) de 44 metros e 64 metros de altura, o que os tornará visíveis a muitos quilómetros de distância, atravessando vários quilómetros da área Património da Humanidade e da sua bacia visual.
De acordo com a Quercus, a quase totalidade do restante traçado situa-se na zona geral de protecção do Alto Douro Vinhateiro.
Os agricultores de 17 freguesias dos concelhos de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, São João da Pesqueira e Tabuaço vão ver as suas vinhas e outras propriedades «devassadas» pela colocação das torres e dos cabos de alta tensão.
Segundo João Branco, da Quercus de Vila Real, nas vinhas que forem atravessadas apenas pelos cabos não haverá pagamento de indemnização.
O ambientalista comparou a situação com a instalação de um cabo que atravessasse a Serra da Arrábida ou a Serra de Sintra, provocando uma «alteração total da paisagem».
A TSF contactou o Ministério do Ambiente mas não obteve ainda nenhuma reacção à denúncia da Quercus.