Segundo o jornal Público, a versão enviada à Primeira Comissão contém diz apenas que deve ser garantido que os serviços de informações não devem ser passíveis de instrumentalização.
As referências a «conluios de poder» e «maçonaria» que faziam parte da primeira versão do projecto de relatório final sobre as audições parlamentares relacionadas com os serviços secretos foram apagadas, refere a imprensa desta terça-feira.
Na primeira versão do relatório assinada no final de Outubro pela deputada social-democrata Teresa Leal Coelho surgem referências que indiciam ligações e suspeitas de envolvimento de Jorge Silva Carvalho, ex-director dos serviços secretos, com grupos de pressão, nomeadamente, ramos da maçonaria e conluios de poder com a ambição de ocupar cargos de poder.
Contudo, de acordo com o jornal Público, a versão enviada à Primeira Comissão tem menos páginas e contém apenas a referência de que deve ser garantido que os serviços de informações não devem ser passíveis de instrumentalização por entidades públicas ou privadas.
Este relatório, que será debatido na Comissão de Assuntos Constitucionais, refere também que os serviços secretos são permeáveis aos ciclos eleitorais.
No texto a que o Diário de Notícias teve acesso, lê-se que as notícias que foram publicadas após as legislativas, nomeadamente, sobre a obtenção de registos telefónicos entre Julho e Agosto de 2010 de um jornalista do Público que assinou artigos sobre as secretas demonstram essa vulnerabilidade.
Contudo, no entender do PSD, não ficou demonstrado que a obtenção desses contactos telefónicos foi feita para descobrir as fontes do repórter.
Neste relatório, as críticas são centradas no ex-director das secretas, Jorge Silva Carvalho, que terá mantido, mesmo depois de deixar o cargo, contactos com um funcionário em funções nos serviços secretos para obter informação indevida e fazer uso indevido dessa informação.
Contactada pelo jornal Público, a deputada Teresa Leal Coelho não quis comentar as alterações sofridas por este projecto de relatório.