Há pérolas nas ostras da ria Formosa, do Alvor e Guadiana. A descoberta foi feita por cientista algarvios que há dez anos estudam uma espécie particular de ostras, uma espécie que não costuma produzir pérolas.
É uma descoberta que os investigadores consideram ser surpreendente. Frederico Batista e Ana Grade, da Estação Experimental de moluscicultura de Tavira do IPIMAR, e Deborah Power, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve,dedicam-se ao estudo das ostras da espécie crassostrea há 10 anos. Mas nunca tinham visto pérolas nestas ostras.
«Encontrámos em dois animais, um deles até encontrámos quatro pérolas num só animal, mas eram muito, muito pequeninas, mas num outro animal encontrámos uma pérola com mais de cinco mílimetros, o que já tem um tamanho com valor comercial, e era muito perfeita», explica.
Este fenómeno, salienta o investigador Frederico Batista, é frequente noutras espécies de ostras mas em locais como o Japão ou Austrália. As colheitas neste caso foram feitas no Algarve nas Rias de Alvor e Formosa e no rio Guadiana.
Mas afinal o que é uma pérola? Não é mais do que uma reacção defensiva da ostra a corpos estranhos que se instalam no seu interior, como parasitas. À volta desse corpo formam-se várias camadas de carbonato de cálcio sob a forma de cristais de aragonite. E isso é a pérola.
Agora estes cientistas, em colaboração com colegas ingleses querem perceber o que causou este fenómeno nesta espécie em particular.