O presidente da Federação Portuguesa de Futebol mostrou-se extremamente preocupado com a decisão dos tribunais em decretar a suspensão da actividade das casas de apostas online.
Fernando Gomes afirma que o futebol fica em risco e lamenta que o governo não tenha conseguido legislar em tempo útil.
Em causa estão 20 milhões de euros, divididos pelo apoio directo a competições, clubes e publicidade em meios de comunicação social.
Com a decisão do Tribunal das Varas Cíveis do Porto em recusar um recurso da Bwin e da Liga de Clubes contra a declaração de ilegalidade da empresa em Portugal, para todos os efeitos, a partir de hoje, fica suspensa a actividade das casas de apostas online, o que impede a manutenção de acordos de patrocínio com a Liga para a Taça da Liga e com vários clubes que usam o logotipo nas suas camisolas.
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, considera que «esta decisão do tribunal coloca em causa e em sério risco a actividade futebolística em Portugal, na medida em que por arrastamento da Bwin, haverá outras decisões relativamente a outras casas de apostas, e nessa perspectiva, o futebol que está tão carenciado de receitas e de patrocinadores, verá esfumar-se um valor significativo dessas receitas».
Nesta entrevista à TSF, Fernando Gomes recordou que este assunto, desde sempre foi uma das suas prioridades enquanto foi presidente da Liga. «Durante ano e meio lutamos intransigentemente para que a legislação fosse modificada de forma a que os clubes fossem ressarcidos justamente pela utilização dos seus nomes e permitisse que as empresas de apostas online, que em todo o mundo são as que mais investem na actividade desportiva, pudessem de uma forma legal continuar a apoiar o futebol». afirmou.
Fernando Gomes recorda que foi criada pelo então ministro da Economia uma comissão para estudar o assunto, lamentando não tenha sido dado nenhum passo concreto. «Não houve efeitos praticos nenhuns. Este arrastar de situação, de não haver uma actuação na regulação das apostas, impediu que se tivesse chegado a um acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e com a Associação de Casinos e que evitaria este tipo de situação, que chegado às barras dos tribunais, será extremamente dificil de resolver por uma via célere e definitiva e que acautele os interesses do futebol».
Esta decisão acontece depois de ter sido aumentado o valor do IVA nos bilhetes para os jogos e de ter sido anunciado um aumento das taxas de policiamento.