Justiça

Pinto Monteiro satisfeito com o combate à corrupção

Pinto Monteiro Global Imagens

O Procurador-Geral da República está satisfeito com que se tem feito no combate à corrupção em Portugal, mas alerta o poder político para a falta de meios do Ministério Público.

Pinto Monteiro considerou, esta quarta-feira, que há leis suficientes para o combate à corrupção, o que falta, na sua opinião, é aplicar essas leis, mas o trabalho é moroso, difícil e complexo.

«Nunca a corrupção foi tão detectada e investigada em Portugal como nos tempos actuais. Apesar de alguns insucessos, a prevenção e punição são hoje qualitativa e quantitativamente maiores do que no passado recente», afirmou.

Para o responsável, é necessário aprofundar a cooperação entre os órgãos de polícia criminal, com mais e melhor comunicação institucional.

O Procurador-Geral da República deixou ainda um recado ao poder político: «Aos tribunais o que é dos tribunais, à política do que é da política. Defender que em Portugal toda a economia funcionaria bem se não fosse a corrupção é obviamente empurrar para os tribunais responsabilidades que não lhe cabem», considerou.

O poder politico tem de assumir as suas responsabilidades, por exemplo, dando mais meios ao Ministério Público para o combate à corrupção, defendeu. Pinto Monteiro alertou ainda para a necessidade de se aprovar a lei do enriquecimento ilícito.

Numa conferência sobre corrupção na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o responsável reconheceu ainda que há falta de formação por parte do Ministério Público na área específica da corrupção.

Pinto Monteiro mostrou-se um defensor da «especialização» na magistratura, o que permitirá tratar melhor crimes cibernéticos ou ambientais, por exemplo. Apesar de a PGR ter feito «acções de formação» nalguns temas e de recolher depoimentos de especialistas, a área está «longe da especialização», acrescentou.

Redação