Economia

Portas considera lamentável descida de "rating" decidida pela S&P

Paulo Portas Global Imagens

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros lamentou a decisão da Standard&Poor's de baixar o "rating" da dívida portuguesa e atribuiu a decisão a uma mudança de metodologia.

«Lamento que a S&P tenha mudado de metodologia. Se compararmos o relatório da S&P de 22 de Maio sobre Portugal com as condições que hoje temos depois de duas avaliações positivas do triunvirato, depois de se ter atingido o objectivo orçamental, de se terem iniciado as reformas estruturais, de se ter mantido um grau de consenso político relevante, percebem que do ponto de vista nacional não faz sentido essa desgraduação», disse.

Na sexta-feira, a agência de norte-americana baixou a notação de crédito de nove países europeus, incluindo Portugal, que perdeu dois níveis e foi remetido para a categoria considerada "lixo" (BB).

Paulo Portas considerou também que a decisão da S&P de fazer «uma avaliação regional» em vez de avaliações nacionais pode custar-lhe «alguma credibilidade».

«Vale a pena reformar a sério a regulação das agências de "rating", disse, insistindo numa ideia que já tem defendido.

O chefe da diplomacia portuguesa, que falava durante uma visita oficial a Belgrado, depois de uma reunião com o seu homólogo sérvio, disse que se dependesse apenas de Portugal a Sérvia já estava com os dois pés dentro da União Europeia.

«Não há Europa sem os Balcãs e não há Balcãs sem a Sérvia. É muito importante para a Europa integrar os Balcãs e a integração dos Balcãs só se faz com a Sérvia dentro da UE», afirmou.

O processo de candidatura da Sérvia à UE tem sofrido algum impasse, algo que Paulo Portas não compreende.

«Agora que a Croácia já é membro da UE é o tempo certo, é a decisão inteligente, e é aliás um reconhecimento merecido a um governo pró-europeu e reformador como aquele que hoje está no poder em Belgrado, dar o estatuto de candidato à UE à Sérvia», referiu.

«Se dependesse de Portugal, no Conselho Europeu de Dezembro, o estatuto de candidato à UE a atribuir à Servia já estaria atribuído», afirmou.

Contudo, este apoio de Paulo Portas não é incondicional. O governante disse ao seu homólogo que Belgrado devia estreitar o diálogo com Pristina e a Sérvia devia empenhar-se mais na estabilização no terreno, designadamente no Kosovo, onde aliás Portugal tem militares.