Vida

Cruzeiro: Portugueses criticam falta de apoio do Governo

Costa Concordia Reuters

Quatro passageiros portugueses do navio cruzeiro Costa Concordia que naufragou em Itália queixaram-se, este domingo, de falta de apoio da embaixada de Portugal em Roma.

O grupo chegou este domingo á tarde ao aeroporto de Lisboa, depois do acidente de sexta-feira.

«Só tenho a agradecer à embaixada em Roma porque existir ou não é a mesma coisa», comentou ironicamente Rui Almeida, lamentando a ausência de contacto dos responsáveis portugueses com «seis cidadãos que se encontravam num cenário de crise» e que regressaram entretanto a Lisboa e ao Porto.

«[O Governo] nem sequer nos perguntou se precisávamos de passaportes, de dinheiro para regressar ou até telemóvel para fazer um telefonema», criticou.

Rui Almeida não tem «dúvidas de que houve negligência, considerando que o barco navegava muito perto da costa».

«Ainda que tivesse havido uma falha do sistema de navegação um marinheiro experiente teria de saber que é, no mínimo, traiçoeiro navegar àquela distância da costa», observou.

Também Artur Silva apontou críticas ao comandante: «Julgava que não era possível acontecer [o naufrágio] e só aconteceu devido a um erro humano».

Artur Silva afirmou que o navio «estava muito perto da costa» e que quando se deu o embate do navio com uma rocha, que provocou um rombo de 50 metros no casco da embarcação, o comandante se tinha juntado às pessoas para jantar e não se encontrava na sala de controlo.

O comandante do navio está detido sob acusação de homicídio múltiplo. Este domingo à noite, a empresa proprietária do navio admitiu que o comandante «cometeu erros».

A TSF tentou, sem sucesso, obter uma reacção a estas críticas por parte do Governo.