O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje que a agência de notação financeira Standard & Poor's usou a sua actividade «para fazer política, o que é perigoso».
À entrada para um encontro com embaixadores árabes, em Lisboa, o chefe do Governo reagiu ao corte de 'rating' decretado na sexta-feira pela Standard & Poor's, que atirou a nota de Portugal para o 'lixo'.
Passos Coelho afirmou que «parece perigoso que a agência utilize a sua atividade de notação para fazer política» e precisou que estava a referir-se às considerações iniciais do documento que degrada a notação da República portuguesa: «As considerações efectuadas pela S&P são, marcadamente, do foro político».
Pedro Passos Coelho explicou que «a posição adoptada foi sobre a Europa, e sobre Portugal os cinco parâmetros que a agência tinha, no primeiro trimestre do ano passado, anunciado como relevantes [para o evoluir da notação], foram cumpridos por Portugal, [ou seja,] o que eles próprios consideravam como importante para a variação do 'rating' melhorou».
A agência «acha que as coisas não correm bem em Portugal porque não correm bem na Europa e por isso baixou a avaliação de modo a tornar a vida mais difícil aos países em causa», argumentou o primeiro-ministro, concluindo que estas avaliações «não ajudam, sobretudo quando se revestem de um carácter político».