O grupo Transtejo considerou hoje que as duas greves agendadas por trabalhadores da empresa Soflusa, responsável pelas ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa, são «excessivas e inúteis».
«Excessivas, pois vão prejudicar mais os passageiros do que os ajustes de oferta que estão previstos e que os sindicatos dizem combater. Apesar de a greve ser de três horas por turno, o método utilizado - tipo carrossel - provoca uma paralisação de cerca de cinco horas por turno, com impacto mínimo nos salários dos trabalhadores», refere o grupo, que detém a empresa, num comunicado enviado à Lusa.
O Grupo Transtejo, a que pertence a Soflusa, refere ainda que os dois dias de greve, 30 de Janeiro e 2 de Fevereiro, vão causar mais problemas aos utentes do que os ajustes a efectuar na ligação fluvial.
As paralisações são «inúteis, porque não vão resolver o problema que está na origem da necessidade de reestruturar a oferta, face à grave crise financeira que o país atravessa, que irá reduzir o financiamento do Estado e impede a empresa de recorrer normalmente aos mercados financeiros», acrescenta.
Os trabalhadores da Soflusa decidiram em plenário realizar no dia 30 de Janeiro uma greve de três horas por turno nas horas de ponta e aderir à greve no sector agendada para o dia 2 de Fevereiro.
Os trabalhadores estão contra o Plano Estratégico dos Transportes e criticam a redução do número de ligações, que dizem ser um total de 49 (43 ao fim de semana e seis nos dias de semana), o que os leva a temer que haja despedimentos.
A proposta final do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar a reestruturação dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa refere que é necessário assegurar alguns pressupostos, entre os quais a «urgente fusão entre a Soflusa e a Transtejo» e meios financeiros para implementar «as medidas de reestruturação decorrentes da redução do serviço, nomeadamente no que respeita a saídas de pessoal».
A empresa Transtejo, do mesmo grupo, é responsável pelas ligações entre Seixal, Montijo e Almada com a capital.