O Ministério Público italiano pediu o prolongamento da detenção do comandante do Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira junto à costa da Toscânia no mesmo dia em que foram divulgadas informações que confirmam a má conduta do responsável.
«O Ministério Público [de Grosseto, centro] pediu ao juiz [de inquéritos preliminares] para confirmar a ordem de detenção» de Francesco Schettino, afirmou o procurador Francesco Verusio, em declarações aos jornalistas.
De acordo com o procurador, o interrogatório a Schettino, hoje realizado no tribunal de Grosseto, «não altera em nada as acusações».
O comandante, que foi hoje ouvido durante três horas, foi detido no sábado sob acusações de homicídio múltiplo, naufrágio e abandono de navio.
Francesco Schettino, de 52 anos, admitiu hoje diante da juíza de instrução Valeria Montesarchio que estava aos comandos do navio cruzeiro na altura do embate com as rochas junto à ilha de Giglio.
De acordo com o advogado do comandante, Bruno Leporatti, Schettino negou igualmente ter abandonado o navio, afirmando mesmo que «salvou milhares de vidas».
A imprensa italiana divulgou hoje excertos de uma conversa telefónica entre o comandante do Costa Concordia e as autoridades costeiras que confirmam a má conduta de Francesco Schettino, que terá abandonado o navio antes do salvamento de todos os passageiros e ocultado as razões do naufrágio.