O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, disse à Lusa que a autarquia não pagou algumas obras resultantes de Parcerias Público-Privadas por falta de financiamento, mas desvalorizou as buscas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) na quinta-feira.
A reação do autarca surge na sequência de uma notícia divulgada hoje pelo jornal Correio da Manhã que dá conta de que a PJ está a investigar a atribuição de milhões de euros a obras contratadas pelas Câmaras Municipais, no âmbito das Parcerias Público-Privadas (PPP), e que nunca chegaram a ser realizadas.
Perante a notícia, Isaltino Morais confirmou à Lusa, que «as coisas não correram bem» com algumas PPP. «A Caixa Geral de Depósitos falhou pagamentos e por isso não houve financiamento, o que atrasou as obras», justificou o autarca, sublinhando, contudo, que no que respeita a escolas «estão construídas e muitas delas a funcionar».
Isaltino Morais disse ainda estar «tranquilo» quanto à investigação de que a Câmara está a ser alvo por parte da Polícia Judiciária.
«É uma operação que abrange também outras autarquias e que as autoridades lá saberão porquê. Nós estamos tranquilos e a aguardar com serenidade», concluiu o líder do executivo municipal de Oeiras, assegurando que «o problema das Parcerias Público-Privadas está a ser acompanhado».
Das buscas à Câmara de Oeiras, a PJ levou documentos extraídos do computador do vice-presidente da Câmara, Paulo Vistas, que à Lusa disse estar «sereno», até porque, frisou, «a operação abrangeu várias autarquias e, portanto, o alvo da investigação não é a Câmara de Oeiras nem o vice-presidente».
Além de Oeiras, e segundo o Correio da Manhã, também Odivelas e Alcobaça foram alvo de buscas, bem como outras empresas da zona Centro, Lisboa e Zona Oeste.
[Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico]