O director do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), Luís Raposo, anunciou que vai requerer da anulação do despacho de não recondução no cargo.
O actual mandato como director do MNA termina no final de Janeiro e o responsável deverá manter-se em funções até Março.
A não recondução foi comunicada há uma semana pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).
O director do IMC, João Brigola, já anunciou que entretanto irá lançar um concurso para ocupar o lugar.
Num comunicado enviado à agência Lusa, Luís Raposo refere que desde que a sua não recondução foi tornada pública tem recebido «pedidos de explicações por parte de dezenas de colegas e frequentadores» do MNA, onde trabalha há 30 anos, 16 como director.
Não se conformando com a decisão do IMC, organismo da Secretaria de Estado da Cultura que tutela os 28 museus e cinco palácios nacionais, Luís Raposo afirma no documento que irá «proceder administrativamente no sentido de requerer a anulação do despacho».
«Poderei depois, se for caso disso, interpor também uma acção judicial - mas ainda não decidi em definitivo se o farei. Muito menos decidi se concorrerei, ou não, quando houver concurso para novo ciclo directivo», adianta ainda.
Na altura, Luís Raposo tinha reconhecido que a posição de crítica à mudança do MNA para a Cordoaria - um projecto do anterior governo - lhe trouxe «uma grande exposição» nos últimos anos, mas recordou o apoio que, na altura, teve do PSD, que fazia oposição e actualmente está no Governo.
Na sequência destas afirmações, a SEC sustentou que a não recondução de Luís Raposo tinha sido, de acordo com a Lei dos Cargos Dirigentes, determinada pelo IMC.
Por seu turno, João Brigola tinha considerado a não recondução como uma situação normal, frisando que a reconduação iria passar a ser a excepção.
Luís Raposo é presidente eleito do ICOMOS Portugal (Conselho Internacional de Museus) e representante, também eleito, da Rede Portuguesa de Museus no Conselho Nacional de Cultura.