A conselheira do Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que «Portugal tem feito reformas muito violentas» e admitiu que lhe «custa, como portuguesa, ver os sacrifícios que estão a ser pedidos».
À margem de um encontro com empresários, organizado pela Câmara de Comércio Americana em Portugal (CCAP), em Lisboa, Estela Barbot afirmou «que Portugal tempo feito um esforço enorme de restituir a credibilidade, e acho que o temos feito bem».
Mas «de formas muito violentas», acrescentando por isso que lhe «custa, como portuguesa, ver os sacrifícios que estão a ser pedidos aos portugueses, com certeza mais a uns que a outros».
Estela Barbot considerou, porém, que «não precisávamos de ter chegado a esta situação. Temos que nos lembrar que como há um balanço numa empresa, também há as contas de um país. E não é por acaso que não eleições [legislativas], entre José Sócrates e Manuel Ferreira, ela como financeira dizia nos debates 'nós não temos dinheiro', e o próprio povo português não quis ouvir».
Questionada sobre a possibilidade de que Portugal possa precisar de um novo resgate internacional, como escreveu hoje o diário financeiro norte-americano Wall Street Journal, e escusando-se a falar como porta-voz do FMI, Estela Barbot disse que «num período difícil nacional e internacional, é preciso encontrar equilíbrios e soluções à medida que caminhamos».
«Não sou a favor de anunciarmos hipóteses, mas de pensarmos com muito seriedade num problema que existe, em Portugal e no mundo,e encontrar essas soluções com equilíbrio», acrescentou.
Estela Barbot defendeu ainda que «neste momento, é boa a atitude que Portugal tem tido de se distanciar da Grécia», sublinhando «o esforço enorme para restituir a credibilidade».