Ouvida pela TSF, na sequência da proposta do Governo para o fim dos feriados do 5 de Outubro e 1 de Dezembro, a historiadora relembra a importância de manter estas comemorações.
«Quase que parece uma provocação que [surge] um ano e meio depois da comemoração do centenário da implantação da República. Não entendo como é que o Estado português comemora, e faz muito bem, lembrando o que é e a contextualização histórica, mas ao mesmo tempo um ano depois acaba com esse feriado» afirma, em declarações à TSF, Irene Pimentel.
A historiadora relembra ainda que, nem durante a ditadura, a comemoração da implantação da República foi abolida.«Em história nós precisamos quer de locais de memória, quer também de feriados que assinalem determinados períodos muito importantes na nossa história. É curioso que nem o Salazar eliminou o 5 de Outubro» sublinha.
Irene Pimentel , que venceu o Prémio Pessoa em 2007, considera que Portugal não tem feriados civis em excesso, considerando que, sendo um Estado laico, o Governo devia optar por abolir feriados religiosos.
«Se houvesse necessidade de eliminar alguns dias, que eu acho que não haveria, eu teria começado por alguns feriados religiosos e nunca teria feito esta espécie de medida salomânica de, para dois feriados religiosos, eliminar dois feriados laicos» refere.