O ministro da Economia disse, esta quarta-feira, ver «com muita preocupação» os dados divulgados pelo Eurostat na terça-feira, que dão conta de uma taxa de 13,6 por cento em Dezembro.
Salientando que o «tsunami do desemprego» foi lançado «bem antes» de o actual Governo entrar em funções, Álvaro Santos Pereira destacou a importância do acordo firmado em sede de concertação social, que prevê «uma série» de políticas activas de emprego e de combate ao desemprego.
«Uma dessas medidas vamos accionar esta semana», acrescentou, referindo-se ao incentivo de 420 euros por desempregado que vai ser facultado às empresas para promoverem formação e contratarem mais trabalhadores.
O ministro da Economia disse ainda «ver com muito bons olhos» os incentivos de combate ao desemprego anunciados recentemente pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Quanto à greve de quinta-feira das empresas de transportes, Álvaro Santos Pereira disse é um «direito que assiste» aos trabalhadores, mas não altera a inevitável reestruturação do sector.
«O direito à greve é um direito que assiste aos trabalhadores, mas temos de perceber que não há volta a dar em relação à reestruturação do setor do transportes», afirmou o governante, à margem de um encontro esta quarta-feira em Lisboa do sector do turismo.
Ainda sobre a reestruturação das empresas de transportes públicos, cuja dívida corresponde a 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o ministro acrescentou: «Tudo será feito e auscultando os representantes dos trabalhadores. A reestruturação é para ir para a frente porque não há alternativa».
O ministro falou também sobre a energia nuclear, no dia em que um conjunto de personalidades apresentou um manifesto sobre este tema.
«O Governo não tem tabus. No entanto, neste momento, temos excesso de oferta energética e essa questão [do nuclear] não se coloca», afirmou.