Um grupo de mulheres, entre as quais Manuela Enaes, Maria de Belém Roseira, Teresa Caeiro e Zita Seabra entregaram, esta tarde, à embaixadora do Paquistão uma carta dirigida ao presidente do país pedindo que seja inocentada uma cristã paquistanesa, mãe de cinco filhos, condenada a morte pelo crime de blasfémia.
A paquistanesa Asia Bibi retirou um copo de água de um poço enquanto trabalhava no campo e foi acusada por mulheres muçulmanas de conspurcar a água que lhes pertencia. Asia Bibi reagiu defendendo-se e à sua fé cristã.
O caso impressionou um grupo de mulheres portuguesas, como explicou Maria de Belém Roseira.
«O Parlamento está associado a esta iniciativa e muitos outros sectores da sociedade portuguesa podem mobilizar-se no sentido de pedir que o presidente do Paquistão use a prerrogativa que tem de comutar esta pena e de tentar arranjar uma solução para que ela não seja perigosa para a própria condenada, uma vez que as pessoas que ao nível do governo do Paquistão se interessaram pela situação desta mulher foram assassinadas», defendeu.
«É bom dar a conhecer também ao nosso país aquilo que se ainda se passa em muitas regiões do mundo e quando muita gente considera que é ridícula a luta das mulheres pelos seus direitos», lembrou Maria de Belém Roseira.
Em declarações à TSF, Faranaze Kei Shav Ji, professora na Universidade Lusófona, diz que Asia Bibi representa aquilo que alguns muçulmanos pretendem rejeitar que é o Ocidente, colado ao Cristianismo.
«A Asia Bibi representa para determinados grupos, que infelizmente são os dominantes no Paquistão, aquilo que os muçulmanos pretendem rejeitar: o Ocidente, que está colocado ao Cristianismo», afirmou.
«Nós temos de fazer a análise do ponto de vista sociológico e psico-sociológico: o que é que pode estar por detrás desta história. E temos que mexer alguma coisa, nós que nos preocupamos com os direitos humanos e aqueles que ainda não tiveram o tempo de poder pensar em direitos humanos porque foram sucessivamente utilizados como instrumento para manipular outros interesses político-económicos no mundo», referiu Faranaze Kei Shav Ji.