Depois da demissão da direcção da RDP, PS e Bloco pediram a presença do ministro no Parlamento, defendendo que a demissão confirma as suspeitas de censura.
O PS e o Bloco de Esquerda reclamam explicações do ministro Miguel Relvas no parlamento. O Partido Socialista espera que o ministro com a tutela da comunicação social vá já esta sexta-feira ao Parlamento.
Na opinião da deputada do PS, Inês de Medeiros, a demissão conhecida esta noite agrava ainda mais as suspeitas de que houve uma ingerência na decisão de acabar com as crónicas de opinião de Pedro Rosa Mendes na Antena 1.
«Tudo o que possa pôr em causa a liberdade de expressão achamos preocupante e eles justificam, aliás, essa demissão fazendo referência directamente à anulação do programa 'Este Tempo'. O que vem confirmar as piores suspeitas, de que tenha havido um relação uma indicação concreta com as críticas que foram feitas pelo Pedro Rosa Mendes», comentou Inês de Medeiros.
«A gravidade é tanta que que nós achamos que o ministro Miguel Relvas tem que vir urgentemente ao Parlamento explicar o que se passou, enquanto ministro responsável pela área [da comunicação social]», justificou.
Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, diz que o Governo tem que se explicar e assumir as consequências que resultam dos últimos episódios que envolvem a rádio pública.
«Os factos são estes: o jornalista teve o seu programa terminado e diz que foi por censura, e a direcção agora demite-se, e a verdade é que tudo apontada numa única direcção que é Miguel Relvas», afirmou.
«O Bloco de Esquerda denunciou esta fobia do Governo à liberdade de imprensa e este acto de censura. O PSD e o CDS bem tentaram negar as evidências, mas a verdade é que depois de João Semedo ter levado este tema ao plenário com esta demissão fica claro que estamos a falar de censura», lembrou.
A deputada bloquista sublinhou diz que «a censura é um acto gravíssimo e o que está a acontecer na RTP e na RDP é intolerável numa democracia e terá de haver consequências».
«Amanhã [sexta-feira] teremos, naturalmente, que ter esclarecimentos do Governo sobre esta matéria», defendeu.
O PCP não quer comentar para já este caso. A TSF procura também ouvir o PSD e o CDS.