No dia em que o BCP apresentou os piores resultados de sempre, Carlos Santos Ferreira defendeu que quanto mais se fala num segundo resgate mais nos arriscamos a que isso aconteça e apontou o dedo aos media especializados anglo-saxónicos.
«Neste momento nada justifica que Portugal peça mais dinheiro do que os 78 mil milhões de euros» que já foram negociados com a troika, defendeu o banqueiro, na sua última apresentação de contas antes de passar a pasta ao antigo presidente do Santander Totta, Nuno Amado.
«A vida das pessoas e das empresas seria ainda mais complicada. Devemos bater-nos pelo que está assinado», sublinhou Santos Ferreira.
Falando sobre a origem das notícias, o banqueiro apontou para o Wall Street Journal e para o Financial Times, considerando, em tom irónico, que é «uma coincidência que sejam periódicos anglo-saxónicos que pressionem sempre essa tecla».
«É óbvio que não acredito em conspirações. Mas, com todo o respeito, nós embarcamos nisso. E cada vez que se discute se precisamos, ou não, de mais dinheiro, tal torna-se cada vez mais credível», rematou.
Por isso, Santos Ferreira disse que um segundo resgate é «matéria a abolir» das notícias, porque tanto se repetem que crescem o risco de se concretizar.