O pintor e arquiteto Fernando Lanhas, considerado o introdutor do abstracionismo geométrico na arte portuguesa, faleceu, sábado à noite no Porto, aos 88 anos.
Arquiteto de formação e pintor por paixão, Fernando Lanhas interessou-se também por poesia, astronomia, etnografia, arqueologia e pelo colecionismo.
Fernando Resende da Silva Magalhães Lanhas nasceu no Porto, na freguesia da Vitória, em 1923, e licenciou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes da Universidade do Porto em 1947.
O trabalho final foi um projeto sobre a construção de um museu, no qual obteve a classificação de 19 valores.
Nessa altura, nasceu também o interesse pela pintura. Aos 30 anos expôs em Lisboa, no Brasil e Veneza e aos 31 participou no Primeiro Salão de Arte Abstrata.
Na arquitetura, é o autor das remodelações dos museus de Paços de Ferreira, do Museu Militar do Porto, do museu de Paredes e do da Figueira da Foz. Fernando Lanhas foi também diretor do Museu de Etnografia do Porto.
Colecionou fósseis, seixos, areias de diversas partes do mundo, rochas, brinquedos, rótulos e anúncios.
Numa entrevista ao Jornal de Notícias, ao tentar definir a palavra Arte disse que «é um fenómeno de intimidade ainda não entendido». «Muitas vezes a arte não parece, mas é», considerou.
O funeral de Fernando Lanhas realiza-se esta segunda-feira, pelas 15:00 horas, no cemitério de Sendim. O cortejo fúnebre parte da Igreja da Nossa Senhora da Boavista, do Porto.