O PS considera que «não é próprio» de um primeiro-ministro «chamar piegas ao seu povo», acusando Passos Coelho de não saber mobilizar os portugueses.
«Tratou-se de uma declaração infeliz do senhor primeiro-ministro. Não é próprio de um primeiro-ministro de um país europeu chamar piegas ao seu povo, sobretudo a um povo que ao longo da sua história mostrou grande capacidade de lutar e vencer a adversidade», disse o líder parlamentar do PS, numa declaração aos jornalistas no Parlamento.
Carlos Zorrinho comentava declarações de Passos Coelho, na segunda-feira, em que o primeiro-ministro pediu aos portugueses para serem «persistentes» e «exigentes» e «não serem piegas».
«É preciso neste momento dizer que quem não tem demonstrado capacidade para mobilizar o seu povo tem sido o primeiro-ministro. Ocorria-me aqui citar Camões que disse que um rei fraco pode fazer fraca forte gente», acrescentou o líder do grupo parlamentar socialista.
Questionado sobre se considera que o primeiro-ministro insultou os portugueses, Zorrinho respondeu que «é excessivo» usar «a palavra insulto» neste caso: «Acho que foi um momento infeliz e cada português interpretará à sua maneira. É provável que alguns se sintam muito magoados por esta afirmação», acrescentou.
Para Carlos Zorrinho, «um primeiro-ministro que faz uma declaração destas não a faz sem ser ponderada».
Zorrinho recusou ainda a possibilidade de que as palavras de Passos Coelho possam ser interpretadas como uma motivação aos portugueses: «São muitos erros seguidos, primeiro o emigrar foi mal interpretado, depois o custe o que custar foi mal interpretado, agora o piegas foi mal interpretado. São más interpretações a mais para um primeiro-ministro».