Arménio Carlos disse, esta tarde, no Terreiro do Paço, que está envergonhado com o que considera ser a subserviência do ministro Vítor Gaspar e "atacou" o Presidente da República.
O Terreiro do Paço, embora não compacto, mas do alto da tribuna na primeira vez que liderou como secretário-geral da CGTP uma mega manifestação, Arménio Carlos colocou alta a fasquia das presenças: «Uma manifestação como jamais foi vista nos últimos 30 anos em Lisboa. É a maior manifestação de sempre, com mais de 300 mil trabalhadores», declarou.
Ao longo da tarde, a organização esforçou-se por mostra que vinha muita gente de todo o país, confluindo no protesto contra a austeridade, que Arménio Carlos personificou no Governo, na troika e no Presidente da República.
O líder da Inter não gostou de ouvir os elogios de Cavaco Silva, que considerou esplêndido o acordo de concertação social.
«Diz que ele [o acordo de concertação social] é bom porque sabe de antemão que ele não lhe vai ser aplicado. Porque se por ventura ele soubesse que esta ou outra medida gravosa para os seus interesses lhe seria aplicada, faria a mesma coisa que fez quando recentemente optou por ficar com os dez mil euros das reformas em vez dos 1500 euros de vencimento atribuído às funções que desempenha», declarou Arménio Carlos.
«Assim não custa nada. Dizer aos outros que têm de sofrer, mas quando chega a altura de dar o exemplo sai pela porta dos fundos», acrescentou.
Vaias para Cavaco Silva e também para um Governo demasiado subserviente, referiu o líder da CGTP.
«Sentimo-nos envergonhados com a atitude de subserviência do ministro das finanças perante o seu homólogo alemão. Eles podem ser maiores em termos de população, podem ser mais ricos mas não têm mais dignidade que o povo português», contestou.
Ao Governo, a CGTP exige a renegociação da dívida e o aumento urgente do salário mínimo nacional. Bandeiras para agitar de novo no dia 29, numa jornada de luta por todo o país e em sintonia com o sindicato dos europeus.