Portugal gasta cerca de 46 mil euros com a educação de um aluno dos seis aos 15 anos de idade, segundo um relatório da OCDE hoje divulgado.
O relatório da OCDE integra dados do PISA de 2009, programa internacional de avaliação de alunos.
No topo da tabela de investimento está o Luxemburgo, com quase 123.200 euros, no entanto, com um nível de aproveitamento inferior na aprendizagem de matemática e ciência.
Portugal atinge quase 500 pontos na tabela de literacia, enquanto o Luxemburgo se fica pelos 475 pontos.
Os melhores resultados escolares são obtidos por Xangai-China - acima dos 550 pontos - e um investimento pouco superior a 40 mil euros no percurso escolar em análise.
O relatório diz que a riqueza nacional ou maiores investimentos em educação não garantem uma melhor prestação.
«Entre as economias desenvolvidas, o montante gasto em educação é menos importante do que a forma como esses recursos são usados», lê-se no texto.
Os autores exemplificam que países que gastam mais de 100 mil dólares por estudante dos seis aos 15 anos, como o Luxemburgo, a Noruega, a Suíça e os Estados Unidos da América, demonstram níveis de desempenho similares a países que gastam menos de metade desse montante por estudante, como a Estónia, a Hungria e a Polónia.
A principal conclusão é que o dinheiro por si só "não pode comprar um bom sistema de educação".
Os sistemas escolares de sucesso nestas economias, tendem a privilegiar a qualidade dos professores sobre o tamanho das turmas.
Os sistemas com melhores prestações no PISA "acreditam que todos os estudantes podem alcançar" resultados e dão-lhes a oportunidade para lá chegar, destaca-se no documento.
O relatório diz ainda que, de um modo geral, os países com um bom comportamento no PISA atraem os melhores alunos para a profissão docente, oferecendo-lhes bons salários e reconhecimento profissional.
Os países que investem em salários mais elevados para os professores tendem a ter classes maiores.