A procuradoria de Hannover, no Norte da Alemanha, solicitou o levantamento da imunidade do presidente da república, Christian Wulff, envolvido há meses em acusações de prevaricação.
A procuradoria só pode lançar um procedimento contra o Presidente da República se os deputados da câmara baixa do parlamento (Bundestag) levantarem a sua imunidade.
«Depois de uma verificação exaustiva de novos documentos e da avaliação de artigos na imprensa, a procuradoria de Hannover estima que há factos suficientes para um início de suspeição de prevaricação» da parte de Wulff, como explica, em comunicado, a procuradoria da capital do Estado da Baixa Saxónia.
Wulff está desde meados de dezembro sob as críticas da imprensa alemã, que o acusam de ter beneficiado da sua posição de chefe do governo da Baixa Saxónia para obter vantagens financeiras diversas, e depois de ter tentado esconder estas situações.
O presidente alemão tem sido atacado por ter ocultado um empréstimo, por ter beneficiado de férias gratuitas proporcionadas por empresários ricos e por ter tentado pressionar jornalistas para impedir a publicação de mais revelações.
Em meados de janeiro, a justiça alemã fez buscas domiciliárias na casa do seu antigo porta-voz, despedido em 22 de dezembro, devido a suspeitas de corrupção por factos ocorridos entre 2007 e 2009.
Nestes anos, era porta-voz de Wulff, então chefe do governo regional.
Na Alemanha, as funções do presidente são essencialmente honoríficas, mas o cargo tem associado autoridade moral.