O consumo médio de eletricidade teve em janeiro a maior quebra das últimas duas décadas, segundo dados da Redes Energéticas Nacionais (REN) divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os números do INE, o consumo reduziu-se 6,3 por cento em janeiro deste ano, por comparação com o mesmo mês de 2011, confirmando uma tendência de aceleração na quebra do consumo de eletricidade desde o aumento da respetiva taxa de IVA.
Estes dados referem-se ao consumo médio de energia elétrica em dias úteis, e são corrigidos dos efeitos da temperatura.
O INE apresenta os números como médias móveis de três meses, o que permite reduzir efeitos de variações episódicas. Esta série estatística começou a ser calculada em 1992, e a quebra de janeiro deste ano foi a maior desde então.
Para o total de 2011, a queda no consumo de energia foi 2,2 por cento relativamente ao ano anterior. No entanto, a taxa homóloga de quebra foi acelerando nos últimos meses do ano, sobretudo a partir de outubro, data em que entrou em vigor um aumento do IVA sobre a eletricidade -- que passou da taxa intermédia (13 por cento) para a taxa máxima (23 por cento).
O INE apresenta estes dados corrigidos dos efeitos das temperaturas, o que significa que o impacto de um inverno especialmente frio não está incorporado nestes dados.
Segundo números da REN, o pico de consumo de eletricidade deste inverno foi atingido no início deste mês devido a uma vaga de frio vinda da Sibéria.
Mesmo assim, e ainda segundo a REN, estes valores estavam abaixo dos máximos verificados no pico do inverno de 2010/2011, indicando uma retração no consumo.