No intervalo de um ano as dívidas somadas do Estado, das empresas e das famílias cresceram mais de 3 %. Em Dezembro valiam o equivalente a mais de 4 anos de produção de riqueza.
A maior fatia do bolo cabe às empresas privadas, cujas dívidas ultrapassam os 300 mil milhões de euros, apesar da quebra de 0,5 % em relação aos valores do final de 2010. As PMEs são responsáveis por quase dois terços deste valor.
Também as famílias deviam em Dezembro menos do que um ano antes. De cinto apertado por causa da crise, os agregados familiares têm amortizado empréstimos, e com a escassez e alto preço do crédito nos últimos 12 meses, não têm contraído novas dívidas. Nesta altura devem pouco mais de um PIB: 175 mil milhões de euros, o que representa uma diminuição de 2,4 % em relação a 2010.
O sector que contrariou esta tendência foi o do estado, cuja dívida atinge quase 260 mil milhões de euros.
É um valor que inclui os aumentos tanto no sector empresarial, que já deve quase 50 mil milhões de euros, como nas administrações públicas, cujas responsabilidades atingem 210 mil milhões de euros.
A soma de 260 mil milhões de euros representa um terço do valor total da dívida dos sectores não financeiros. Contas feitas: por cada três euros de dívida em Portugal, um euro é dívida do estado.
Os números do Banco de Portugal mostram que a banca portuguesa é a principal fonte de financiamento das empresas mas não é a única: as instituições privadas também recorrem a bancos estrangeiros e a outras empresas.
O regulador revela ainda que ainda que a dívida pública segundo as regras europeias equivalia em dezembro a 107,2 por cento do PIB.