Manuel Farto, economista e especialista em Assuntos Europeus, destacou a solidariedade europeia no novo empréstimo à Grécia, apesar das reticências quanto à capacidade dos gregos fazerem bem o trabalho de casa.
O jornal conservador Ekathimerini escreve, esta terça-feira, que a Grécia não teve de suar para conseguir o novo empréstimo de 130 mil milhões de euros.
«De momento isto mostra uma vontade de apoiar a Grécia. A posição do Fundo Monetário Internacional (FMI) cria uma certa dicotomia e mostra essa vontade por parte dos parceiros europeus», sublinhou.
O também professor na Universidade Autónoma de Lisboa disse ainda, em declarações à TSF, que agora se inicia «verdadeiramente a maratona e o esforço por parte da Grécia», frisando que «vai ser pedido ao povo grego um esforço muito grande».
Além disso, os gregos terão de enfrentar «profundas mudanças estruturais que não estão nem nos hábitos nem na tradição do povo grego», alertou.
Questionado sobre se considera que os gregos vão conseguir ultrapassar esta crise, Manuel Farto respondeu que a incerteza «é total», porque «o conjunto de medidas que estão previstas são importantes, mas os efeitos não são de todos certos».
«Recolocar a economia grega numa trajetória de crescimento é difícil, mas não sabemos exatamente quando e em que condições isso se vai verificar. Esse crescimento será de todo essencial para a realização ou não dos objetivos definidos», considerou.