O PCP diz que os números da Comissão Europeia mostram uma «recessão que é praticamente o dobro» da prevista há nove meses. Já o BE considera que as previsões de Bruxelas mostram que o futuro de Portugal «será cada vez pior».
«A Comissão vem anunciar para Portugal uma previsão de recessão que é praticamente o dobro daquela que previa há cerca de nove meses, quando foi assinado o programa da "troika' pelo PS, PSD e CDS», afirmou o deputado comunista Honório Novo.
O parlamentar do PCP, que falava aos jornalistas na Assembleia da República, referiu ainda que Bruxelas propõe «também uma estimativa que aponta para a maior inflação na Europa» e que «as perspetivas de desemprego rompem todas as previsões, sejam da Comissão Europeia, sejam do Governo».
«Esta é mais uma etapa no caminho de desastre a que nos conduz o programa da "troika', desemprego massivo, falências de pequenas empresas, o empobrecimento do país, o que julgo é que é tempo de parar para pensar e em vez de assistirmos ao lançamento de foguetes pela maioria, exultando com o pseudocumprimento deste programa», advogou.
Já o BE considerou que as previsões económicas da Comissão Europeia mostram que o futuro de Portugal «será cada vez pior», afirmando que um Governo que «semeia austeridade colhe recessão» da economia e «mais desemprego».
«O que percebemos por estes números é que quem semeia austeridade colhe recessão, colhe destruição da economia, colhe mais desemprego, por isso o Governo, que nos prometia um determinado futuro, na prática, está a ver as suas previsões deitadas por terra, o que demonstra a falta de rigor que lhes estava inerente», disse o deputado do BE Pedro Filipe Soares.
Para o bloquista, os números de Bruxelas revelam que o futuro do país «será cada vez pior» e que «a cada nova previsão é mais negro o futuro dos portugueses».
Segundo os dados divulgados por Bruxelas, Portugal vai sofrer em 2012 uma contração de 3,3 por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB) - mais grave que a quebra de 1,5 por cento de 2011, e a segunda mais profunda da União Europeia este ano (a seguir à Grécia, cuja economia encolherá 4,4 por cento).