Economia

Deco diz que CGD aumentou substancialmente o preçário

CGD

Os clientes do banco do Estado começaram a ser informados dos novos preços. A Deco lamenta aumentos que penalizam ainda mais os consumidores em época de crise.

A Caixa Geral de Depósitos está a informar os clientes, por carta, de que vai alterar o preçário a partir de abril. A carta enviada pelo banco apenas revela os novos valores, não permitindo a comparação com os valores actuais, mas a associação de defesa dos consumidores, Deco, diz que estamos perante aumentos «substanciais».

A jurista do gabinete de estudos da Deco, Carla Varela, diz que é cedo para apontar valores médios de aumento, mas a análise dos técnicos da associação revelou um «aumento substancial destas comissões e outras despesas cobradas pela CGD». A Deco ainda não recebeu queixas, mas apenas vários pedidos de esclarecimento.

Em resposta escrita enviada à TSF, a Caixa Geral de Depósitos explica que esta é a actualização anual do seu preçário e mantém todos os regimes de excepção vigentes e que se aplicam, nomeadamente, a grupos sociais como os pensionistas e os estudantes.

A CGD acrescenta que foi o último dos bancos nacionais a efectuar esta actualização e mantém as mesmas condições nos depósitos «apesar das alterações das condições de Mercado», continuando, garante, a ser «o banco mais competitivo no Mercado».

A TSF consultou o novo preçário da CGD e comparou com o preçário ainda em vigor. Os aumentos variam muito conforme o serviço em causa. As segundas vias de cadernetas e as substituições de cartões, por exemplo, sobem 14 por cento, mas algumas comissões por contas bancárias a descoberto duplicam de preço.

Um dos aumentos está relacionado com as taxas de manutenção de contas à ordem. Até agora estavam isentas de comissão as contas sem pensão ou ordenados domiciliados com saldos médios trimestrais acima dos 2.500 euros. Em abril, esse valor sobe para 3.000 euros e quem tem um saldo médio inferior a esse montante terá de pagar 5 euros de três em três meses.

Quem tem um saldo médio entre 1.500 e 2.500, por exemplo, pagava 5 euros e passa a pagar 10 euros trimestralmente.

Outros serviços que sobem de preço são o fornecimento de elementos ou buscas sobre depósitos, nomeadamente os pedidos de certidão, declaração ou informação por escrito (de 25 para 27,5 euros). Os levantamentos ao balcão apenas com identificação pessoal também sobem de 3,7 para 4 euros, tal como as segundas vias de extractos e de cadernetas (4,81 para 5,50 euros) ou de documentos (4,17 para 4,81 euros).

As contas a descoberto também passam a ficar mais caras. As substituições de cartões de débito também sobem (8,75 para 10 euros), tal como os levantamentos com cartões fora da zona euro. Outro capítulo com preços mais elevados está nos serviços com cheques e um dos aumentos mais significativos está na elaboração de processos de habilitação de herdeiros que passa de 41,33 para 70 euros.

A Deco, através de Carla Varela, lamenta estes aumentos que são na prática «aumentos acrescidos para as famílias que já estão sujeitas no actual contexto económico». A associação defende que os consumidores devem pegar neste preçário e nestes aumentos e comparar preços com outros bancos para ver se vale ou não a pena mudar as suas contas.