Economia

Parlamento alemão aprova segundo resgate à Grécia por ampla maioria

Angela Merkel

O parlamento alemão aprovou, por ampla maioria, o novo resgate de 130 mil milhões de euros à Grécia, após debate em que a chanceler Angela Merkel considerou «um risco incalculável» a saída daquele país do euro.

A favor do requerimento do governo de centro-direita para ser concedido novo empréstimo a Atenas votaram 496 deputados, 90 votaram contra, e cinco abstiveram-se.

Alguns deputados eurocéticos da coligação de centro-direita votaram contra a proposta do ministro das finanças, Wolfgang Schäuble, mas a aprovação dos novos apoios à Grécia estava garantida, mesmo sem a maioria absoluta que apoia o governo no hemiciclo, depois de a oposição social-democrata e ambientalista ter anunciado previamente o seu voto favorável.

A abrir o debate parlamentar, Merkel considerou a aprovação do segundo resgate à República Helénica «a única via responsável» para estabilizar o país e mantê-lo na zona euro, advertindo para os «riscos incalculáveis» de uma bancarrota e de um regresso da Grécia à sua anterior moeda, o Dracma.

«Como chanceler da Alemanha, estou disposta a assumir riscos, mas não a entrar em aventuras», disse a dirigente democrata-cristã.

Noutra parte da sua intervenção, Merkel advertiu ainda que o caminho para estabilizar a Grécia «será longo e não é isento de riscos», advertindo que, «ninguém pode dar garantias de sucesso a 100 por cento» das medidas que estão a ser tomadas.

Mesmo assim, sublinhou, «as hipóteses de sucesso do programa de ajuda à Grécia são maiores do que os riscos».

Angela Merkel elogiou ainda o acordo de concertação social alcançado em Portugal, incluindo-o nos progressos de combate à crise das dívidas soberanas na zona euro também obtidos recentemente noutros países a braços com elevados défices orçamentais, casos da Itália, Espanha e Irlanda.

[Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico]