Portugal

Há 24 anos, CGTP e UGT uniram-se para a primeira greve geral conjunta

Há 24 anos, no dia em nasceu a TSF, Cavaco Silva dava uma conferência de imprensa de balanço dos primeiros seis meses do Governo, o primeiro de maioria absoluta do PSD. Mas o momento acabou por ser dominado por outro assunto: a greve geral, a primeira conjunta da CGTP e UGT, que tinha sido marcada para daí a um mês. A TSF lembra, esta noite, essa marca do dia 29 de Fevereiro de 1988.

No dia em que a TSF começou a emitir, o então primeiro-ministro, Cavaco Silva, deu uma conferência de imprensa de balanço dos primeiros seis meses de Governo.

A conversa com os jornalistas havia, no entanto, de ficar marcada não pelo trabalho feito pelo executivo, mas antes pelo anúncio no dia anterior da primeira greve geral conjunta da CGTP e UGT.

Cavaco Silva disse que não seria conivente com greves de índole política e garantiu que não iria perder uma hora que fosse de sono por causa do protesto, apesar de estranhar a aliança entre as duas centrais sindicais.

De facto era coisa inédita e que também foi tratada com muitas cautelas e sigilo por Torres Couto, secretário-geral da UGT, e por Carvalho da Silva, líder da CGTP.

Vinte e quatro anos depois, Torres Couto lembra que teve de ser assim porque a união numa greve geral era um assunto muito sensível no interior das duas estruturas. Já Carvalho da Silva compara esse momento com a contestação sindical que está na ordem do dia, apontando como diferença que pelo menos em 1988 havia uma expectativa de prosperidade que hoje não existe.

Quem esteve ao lado de Cavaco Silva nessa conferência de imprensa de 29 de Fevereiro de 1988, foi Silva Peneda, à data ministro do Emprego e da Segurança Social. Vinte e quatro anos passados, o actual presidente do Conselho Económico e Social nota, sobretudo, o maior empenho na procura de consenso entre o Governo, os sindicatos e os parceiros.