Economia

Seguro diz que taxa de janeiro é «elevadíssima»

O secretário-geral do PS considera que a taxa de desemprego registada em janeiro deste ano, de 14,8%, é «elevadíssima» e resulta da «receita de austeridade» que o Governo está a aplicar.

«O desemprego do mês de janeiro está nos 14,8 por cento e, portanto, isto significa uma taxa de desemprego elevadíssima. Aqui estão os resultados da receita de austeridade que o Governo português está a aplicar em Portugal», disse António José Seguro.

Portugal alcançou a Irlanda com a terceira taxa de desemprego mais elevada da União Europeia ao registar uma subida para os 14,8 por cento em janeiro deste ano, mais duas décimas que em dezembro de 2011, segundo dados do Eurostat hoje publicados.

O líder do PS falava aos jornalistas durante uma visita a uma exploração agrícola no concelho de Beja e após ter reunido, naquela cidade, com agricultores da região, no âmbito do "Roteiro em Defesa do Interior" que está a realizar.

Segundo António José Seguro, «todos os dados» conhecidos são «negativos» e «demonstram que a receita que está a ser aplicada pelo Governo, em vez de fazer face aos problemas com que o país se defronta, designadamente em matéria de emprego, pelo contrário, agrava-os».

A este propósito, o líder dos socialistas disse que a unidade técnica de apoio orçamental «divulgou dados que apontam para uma quebra da receita no primeiro mês deste ano».

O líder do PS considerou também que os dados contrariam as declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o qual afirmou, na quarta-feira, em Roma, Itália, que o «exame muito positivo» da 'troika' à execução do Programa de Assistência Económica e Financeira aplicado a Portugal permite acreditar que o «produto potencial» da economia portuguesa «pode aumentar mais rapidamente».

«O que se tem assistido é precisamente o contrário: é a nossa economia a cair», defendeu, referindo que «as primeiras previsões do Governo» para este ano apontavam para que «houvesse uma quebra da nossa economia de -2,2 por cento».

Neste momento, «as previsões já vão em -3,3 por cento e o mesmo está a acontecer na zona euro, onde há uma previsão de quebra da economia», frisou, questionando: «O que é que é preciso mais para o primeiro-ministro perceber que tem que arrepiar caminho?».