A deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, espera que a demissão dos quatro responsáveis da Parque Escolar não os impeça de comparecerem na Assembleia da República.
Dados do relatório da auditoria da Inspeção Geral de Finanças, que o Bloco de Esquerda tinha pedido que fosse divulgado na integra, indica, por exemplo, uma despesa em 2011 com os ordenados dos 320 trabalhadores que atingiu os 13 milhões de euros.
No entanto, foi no ano anterior que o custo com salários foi mais significativo. Em 2010, esse valor subiu 96 por cento, ou seja, quase duplicaram. Em média cada funcionário ficou a ganhar quase 2300 euros.
A deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, sublinha que ainda não leu na integra o relatório da auditoria da Inspeção Geral de Finanças à empresa Parque Escolar, mas ainda assim nota a diferença entre o que disse o ministro Nuno Crato e o valor que é apontado no documento.
«Há aqui contas que foram apresentadas pelo ministro Nuno Crato na audição que não batem certo. Ou seja, aquilo que o relatório vem dizer é que, em termos globais, o custo do programa até 31 de junho de 2011 teve um desvio de 70 por cento, ora [esta percentagem] não pode ser arredondada para os 400 por cento que foram referidos pelo ministro», referiu a deputada.
«Há um óbvio desvio naquilo que eram as intenções da Parque Escolar, e relativamente ao plano de negócios apresentado em 2008, mas de facto o número 400 por cento não consta deste relatório», afirmou.
A propósito da demissão dos administradores da Parque Escolar, Ana Drago espera que não seja um impedimento a comparecerem na Assembleia da República.
«Seria útil para o esclarecimento de debate público que esse conselho de administração, mesmo estando demissionário, pudesse vir à Assembleia da República explicar e também dar conta dos seus entendimentos sobre este relatório de modo a que esta questão fique mais esclarecida», sublinhou Ana Drago.