Artes

Colheres do Titanic avaliadas pela Christie"s no Estoril

Colheres do navio Titanic, porcelanas, joias, pintura e um desenho atribuído ao artista flamengo Rubens estavam hoje entre as dezenas de peças avaliadas por peritos da leiloeira internacional britânica Christie"s, no Estoril.

A iniciativa da leiloeira, inédita em Portugal por não ter custos para os proprietários, destinou-se a angariar peças de arte e joalharia para vender em leilões em Londres e Amsterdão, e atraiu muitos interessados que se deslocaram logo de manhã ao Palácio Estoril Hotel.

Na sala do hotel onde se encontravam os peritos, algumas pessoas faziam fila e esperavam a sua vez para a avaliação. Na maioria quiseram manter o anonimato para «proteger as famílias».

Aos especialistas, na maioria das peças, bastava um rápido e conhecer olhar para determinar o seu valor.

Muitas foram recusadas, mas um dos peritos indicou à Lusa que entre as peças valiosas se destacaram pinturas de mestres estrangeiros do século XVII, e, aquele que mais curiosidade suscitou foi um desenho atribuído a Peter Paul Rubens (1577-1640).

As únicas exceções nos autores portugueses foram Paula Rego e Maria Helena Vieira da Silva, pintoras com elevada cotação nos mercados internacionais de arte.

Outras peças mais inusitadas foram colheres do navio transatlântico Titanic, que se afundou em 1912, na viagem inaugural, entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, após ter chocado com um iceberg, provocando a morte de mais de 1500 pessoas.

A proprietária das colheres não quis identificar-se, mas explicou à Lusa que foram parar às mãos da família através de um tio que vivia em Aveiro e tinha um bacalhoeiro. Durante uma viagem em alto mar encontrou umas caixas do Titanic com objetos que viriam depois a ser distribuídos pelos tripulantes.

Fundada em 1766 por James Christie, em Londres, a Christie's é uma das maiores leiloeiras internacionais, e conta com filiais em todo o mundo, de Nova Iorque, Genebra, Roma, a Hong Kong e Singapura.