Economia

BE exige que Governo esclareça se Borges continua à frente das privatizações

O BE exigiu hoje que o Governo esclareça se António Borges continua à frente da equipa que irá acompanhar as privatizações, considerando «inaudito» que o gestor possa acumular funções de gestão na Jerónimo Martins.

«É absolutamente inaudito que alguém que desempenha funções com este grau de importância como acompanhar a questão das privatizações, ou seja, de passar património público para a mão dos privados, possa simultaneamente exercer, como se fosse um 'turbo-gestor' funções de gestão na Jerónimo Martins, um dos principais grupos portugueses», afirmou a deputada do BE Ana Drago, numa declaração aos jornalistas no Parlamento.

Considerando «inaceitável» que se faça «este tipo de gestão com um pé no privado e um pé nos interesses públicos que vão passar para interesses privados», Ana Drago exigiu que o executivo esclareça se António Borges irá continuar à frente das privatizações.

«Não é aceitável ter um pé no público e ter um pé no privado», insistiu, ironizando que, como se está a falar do Pingo Doce, é caso para dizer que «de janeiro a janeiro os amigos do Governo vão arranjando lugares para o ano inteiro».

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos, acionista da Jerónimo Martins, propôs na quinta-feira o alargamento do conselho de administração da empresa para 11 membros, com a entrada do economista António Borges e do responsável financeiro Alan Johnson como vogais.

Este é um dos pontos que o acionista Sociedade Francisco Manuel dos Santos pretende incluir na assembleia geral da Jerónimo Martins SGPS, agendada para 30 de março.

António Borges, antigo diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), vai liderar uma equipa governamental que funcionará no âmbito da Parpública para acompanhar as privatizações, de acordo com uma entrevista do primeiro-ministro ao semanário Sol em fevereiro.