As ações da Brisa estão hoje a negociar a 2,70 euros, tendo valorizado mais de 15 por cento e ultrapassado os 2,66 euros por ação oferecido na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada na quinta-feira.
A valorização da empresa acontece depois de na quinta-feira a José de Mello e a Arcus terem apresentado uma OPA sobre a Brisa, num investimento de 700 milhões de euros.
No fecho da sessão de quinta-feira da Bolsa de Lisboa, a Brisa negociava a 2,34 euros, o que significa que já valorizou cerca de 15 por cento.
Nos primeiros minutos da sessão bolsista foram trocadas mais de um milhão de ações, mais do que a média dos últimos seis meses.
A José de Mello e a Arcus, que detêm uma posição conjunta de 53,7 por cento dos direitos de voto na Brisa, anunciaram quinta-feira passada o lançamento de uma OPA sobre a totalidade do capital social da concessionária de autoestradas, pelo preço de 2,66 euros por ação.
«Esta OPA é assim e antes de mais uma resposta à crise», afirmou o presidente do grupo José de Mello, Vasco de Mello, numa conferência de imprensa que decorreu quinta-feira, em Lisboa.
Vasco de Mello afirmou que a Brisa se tornou «um exemplo de uma empresa cotada que não tem visto o seu valor reconhecido e que tem vindo a ser penalizada pelas revisões em baixa das notações de risco que sobre ela são feitas, consequência direta das revisões em baixa das notações de risco sobre a República Portuguesa».
Para concretizar a OPA, foi constituído um veículo comum, que é detido em 55 por cento pela José de Mello e em 45 por cento pelo fundo Arcus, especializado na gestão de fundos no setor europeu de infraestruturas.
Sobre a parceria com a Arcus, Vasco de Mello afirmou que esta é para a OPA, mas "não exclui que possa haver no futuro outras parcerias".
A José de Mello é a principal acionista da Brisa, detendo 30,48 por cento do capital e 33,09 por cento dos direitos de voto, enquanto a Arcus European Infrastructure Fund (AEIF Apollo) domina 19,09 por cento do capital e 20,72 por cento dos direitos de voto na empresa, sendo o seu segundo maior acionista.
A espanhola Abertis é o terceiro maior acionista na concessionária de autoestradas, com uma participação de 15,01 por cento no capital e com 16,29 por cento dos direitos de voto e, ao lote dos acionistas com participações qualificadas, juntam-se o fundo soberano da Noruega (Norges Bank), com 2,01 por cento do capital e 2,18 por cento dos direitos de voto, e o fundo de pensões dos trabalhadores do Estado de New Jersey (Estados Unidos da América).