Saúde

Peritos pedem reformas urgentes na área oncológica

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Estes 17 especialistas em cancro sublinham, por exemplo, que nunca nenhum plano oncológico foi totalmente aplicado e que a área tem sido esquecida pelo Ministério da Saúde.

Dezassete especialistas em cancro pediram ao ministro da Saúde reformas urgentes no modo como são tratados doentes com problemas oncológicos.

Estes peritos, entre os quais estão o presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos e o presidente do IPO de Lisboa, sublinham que nunca nenhum plano oncológico foi totalmente aplicado.

Segundo estes especialistas, a reestruturação da rede de tratamentos nunca saiu do papel e a área tem sido esquecida pelo Ministério da Saúde.

«Dou-lhe só um exemplo: dos vários planos nacionais, o único onde ainda falta nomear diretor é exatamente o de oncologia. Em oncologia praticamente tudo está por fazer», explicou o oncologista António Araújo.

Este oncologista do IPO do Porto adiantou ainda que alguns doentes com cancro continuam a ser tratados em hospitais mais pequenos «com qualidade duvidosa».

«Por outro lado, é possível aproveitar esses hospitais mais pequenos desde que se articulem com centros de referência», acrescentou este médico.

António Araújo refere ainda que «hoje em dia em Portugal, no SNS, acontece que um doente pode ser tratado num hospital com um medicamento que pode estar limitado num outro hospital às vezes uns metros adiante».

«Existe uma pressão muito grande dos Conselhos de Administração no sentido da poupança e não existem normas de orientação clínica que sustentem a atuação dos médicos numa ótica de equidade e de acessibilidade aos tratamentos», frisou.

Os especialistas que assinam este documentos garantem ainda que não querem mais dinheiro para a área do cancro apenas reformas que garantam que os doentes são tratados de forma eficiente.