A Comissão Europeia considera que Portugal está no bom caminho na aplicação do programa de ajustamento, mas Bruxelas identifica alguns riscos.
A Comissão Europeia apresentou, esta manhã, o relatório sobre a terceira avaliação do programa de ajustamento que deu luz verde a mais uma tranche de ajuda.
Bruxelas mostra-se preocupada com a continuação do aumento do desemprego, mas também com o controlo orçamental a nível regional e local. São estes os riscos identificados e podem pôr em causa o sucesso do programa de ajustamento.
Peter Weiss, da direção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, e membro da missão para Portugal, declarou que o aumento recente do desemprego, que se situa nos 15 por cento em fevereiro (segundo o Eurostat) é preocupante, mas pode dever-se à vontade de alguns trabalhadores, que preferem sair do seu posto antes da entrada em vigor de novas reformas laborais, de modo a terem maiores benefícios.
Bruxelas assinala, por outro lado, que ainda não foi aprovada a nova lei das finanças locais. Peter Weiss diz também que é fundamental «uma rigorosa implementação do orçamento para prevenir derrapagens», assim como «uma estrita aplicação da estratégia em relação ao Estado nas empresas».
Apesar dos riscos identificados, Bruxelas deixa uma palavra de confiança ao esforço que o Governo está a fazer.
«O programa é muito ambicioso, não acreditamos que o Governo possa fazer mais do que está no programa, se o programa for implementado, se esta performance continuar não há razão para não acreditar que não é suficiente», afirma Peter Weiss.
Neste relatório da Comissão Europeia ficou também em destaque o combate às rendas excessivas. Bruxelas considera que não é suficiente a estratégia que o Governo apresentou à "troika" .