O Governo tem de continuar a alargar a agenda de transformação estrutural e deve aprofundar as reformas do mercado de trabalho e do produto por ter abandonado o corte da taxa social única, defende o FMI.
Segundo o FMI, na sua nota sobre a aprovação da quarta tranche do empréstimo internacional, como o Governo decidiu abandonar o corte da taxa social única, tem de aprofundar reformas nalguns setores.
«Devido à decisão de abandonar a desvalorização fiscal, as autoridades terão de continuar a procurar formas de melhorar a agenda de reformas, incluindo através de reformas dos mercados de trabalho e do produto, para aumentar a competitividade e melhorar as perspetivas de crescimento», diz Nemat Shafik, vice directora-geral do FMI.
O fundo defende ainda que têm sido feitos progressos noutras áreas, como a justiça o arrendamento urbano mas também o mercado de trabalho, e espera uma contribuição importante da redução das rendas excessivas no setor elétrico.
«Estão a ser feitos progressos em avançar com a agenda de reformas estruturais em áreas chave como o sistema judicial e nos mercados de trabalho e arrendamento urbano. Reduzir as rendas no setor da eletricidade e aumentar o enquadramento para a competição também será importante», acrescenta.
Sobre o sistema financeiro, o FMI diz ainda que a recapitalização da banca com dinheiros públicos e a melhoria das condições de liquidez devem ajudar ao processo de desalavancagem mas também que será importante garantir que existe crédito para empresas viáveis.
O Fundo deixa ainda mais um aviso: as autoridades estão a procurar alternativas para melhorar o fornecimento de crédito mas devem ter cuidado para que o setor público não fique com imparidades do setor privado.
A aprovação desta terceira avaliação por parte do FMI irá traduzir-se no envio de 5,17 mil milhões de euros do empréstimo do fundo a Portugal, tendo o fundo ainda aprovado duas isenções de Portugal a critérios quantitativos de março porque a informação ainda não estava disponível quando a revisão terminou.