O PCP e o Bloco de Esquerda questionaram o ministro das Finanças e tentaram demonstrar que este tentou desmentir o primeiro-ministro. O PEV disse que o Executivo deveria admitir que «mentiu» e «aldrabou».
Comunistas, bloquistas e Verdes acusaram, esta quinta-feira, o Governo de «mentir» sobre a reposição dos subsídios de férias e Natal, isto depois de o ministro das Finanças ter confirmado que estes só regressarão em 2015, após a vigência do programa de ajustamento.
Durante o debate sobre o Orçamento Retificativo, o deputado comunista Honório Novo perguntou a Vítor Gaspar se este tinha «vindo desmentir e contrariar o primeiro-ministro» ou se «veio dizer que foi enganado pelo primeiro-ministro».
«Ou vem-nos recordar que 2015 é ano de eleições e que o senhor primeiro-ministro vai participar ativamente em mais uma grande mentira deste Governo?», perguntou este deputado do PCP.
Para Honório Novo, o «Governo prepara-se para roubar também os subsídios de férias e Natal aos portugueses durante três ou mais anos».
Por seu lado, o deputado bloquista Pedro Filipe Soares perguntou «qual é a palavra que vale mais e se este Governo tem ainda palavra» e sublinhou que «não se pode andar a brincar com os portugueses».
«Ontem o senhor ministro dizia uma coisa, foi desmentido pelo primeiro-ministro e agora parece querer desmentir o primeiro-ministro aqui. Já sabemos o que vem a seguir, porque em nome das dificuldades que continuarão a existir nem em 2015 haverá pagamento de subsídios», adiantou.
Já Heloísa Apolónia, deputada d'Os Verdes, considerou que o «Governo não tem legitimidade» para fazer dos portugueses «tolos» e disse mesmo que o Executivo deveria admitir que «mentiu» e «aldrabou».
«Os portugueses não são tolos para acreditar em todas as histórias da carochinha que o Governo entenda contar», sublinhou.
Para esta parlamentar do PEV, os portugueses não têm culpa que o Executivo «ande a patinar com as consequências das suas políticas».