Economia

UGT acusa Governo de aumentar idade de reforma unilateralmente

O secretário-geral da UGT, João Proença, acusou hoje o Governo de ter aumentado a idade de reforma unilateralmente e de pretender fazer alguma poupança à custa da redução das prestações sociais.

«O Governo aumentou a idade de reforma unilateralmente, ao impedir que os trabalhadores com longas carreiras contributivas possam reformar-se antes dos 65 anos», disse Proença aos jornalistas, no final de uma reunião de cerca de duas horas com o ministro da Solidariedade.

O sindicalista lembrou os casos de trabalhadores com 46 anos de descontos para a Segurança Social que podiam reformar-se sem penalização antes dos 65 anos e que agora não podem.

Criticou também o facto de os desempregados com mais de 55 anos, que esgotaram o subsídio de desemprego, tenham também perdido a possibilidade de se reformar, mesmo com penalização.

O tema agendado para a reunião com o ministro Pedro mota Soares era a proposta de alteração às prestações sociais, que foi apresentada na semana passada na Concertação Social e que deve ser aprovada quinta-feira em Conselho de Ministros, mas a UGT aproveitou para manifestar o seu desagrado pela proibição das reformas antes dos 65 anos.

A UGT também manifestou a sua recusa às propostas de alteração das prestações sociais, por considerar que o Governo vai reduzir importantes prestações numa altura em que os beneficiários mais precisam de apoio.

O Governo vai reduzir, nomeadamente, de 65 para 55 por cento o subsidio de doença para incapacidades até 30 dias.

«Estamos a falar de mais de 70 por cento das baixas por doença e de mais de 50 por cento dos custos com baixas», disse João Proença, estimando uma poupança da ordem do milhão e meio de euros.

«Vai haver alguma poupança à custa das pessoas receberem menos», concluiu.