A maioria PSD/CDS aceitou alargar o âmbito da comissão parlamentar de inquérito às parcerias públicas-privadas (PPP) a todos os contratos do setor rodoviário e ferroviário, acolhendo assim uma proposta do Bloco de Esquerda.
No novo texto para além das assinaturas do Bloco de Esquerda há uma diferença de peso em relação ao original: a comissão de inquérito vai avaliar todas as parcerias público privadas dos sectores rodoviário e ferroviário desde 1995, e não apenas desde 2010. Essa era a ideia inicial da maioria, mas Luís Meneses, vice-presidente da bancada "laranja" justifica a mudança de planos.
«Procurar o mais amplo consenso parlamentar possível demonstrando desta forma, ao contrário do que alguns criticavam, primeiro que ninguém tem nada a esconder, segundo isto não é contra ninguém», e terceiro, acrescentou Hélder Amaral, do CDS, os resultados serão melhores e mais completos.
«Discutiremos não só aquelas que queríamos discutir inicial, os contratos alterações pelo anterior Governo e já por este Governo, mas também alargar para todos os outros contratos que possam dar alguns desvios, para podermos perceber onde é que estão os erros e possivelmente tirar alguns ensinamentos para o futuro», destacou o deputado do CDS.
A maioria não fez a vontade toda ao Bloco de Esquerda, deixou de fora as PPP da área da Saúde, e Pedro Filipe Soares tem na devida conta o acordo alcançado.
«Não nos impede de no futuro também podermos alargar e convocar a necessidade de investigação ao setor da Saúde. No entanto, cerca de 90 por cento das PPP's existentes e dos seus impactos para o bolso dos portugueses ficam debaixo da alçada desta comissão de inquérito», afirmou.
A votação desta comissão deve acontecer já esta sexta-feira e os trabalhos arranca na próxima semana.