Portugal

Empresas portuguesas ignoradas na compra de barcos para Açores

A Associação das Indústrias Navais acusa a Atlânticoline de ter colocado no concurso requisitos mínimos que o armador sabia que as empresas portuguesas não podiam cumprir.

A Associação das Indústrias Navais considera que as empresas portuguesas foram ignoradas no processo de compra de dois navios para fazer ligações inter-ilhas nos Açores.

O secretário-geral desta associação garantiu que a Atlânticoline, que acabou por encomendar estas embarcações a estaleiros espanhóis, colocou no concurso público requisitos mínimos desnecessários que empresas portuguesas não podiam cumprir.

«O armador sabia perfeitamente que as empresas portuguesas não tinham hipótese de satisfazer os requisitos do concurso por isso nem participámos», explicou Ventura de Sousa, em declarações à TSF.

O responsável desta associação indicou ainda que após se ter verificado esta situação «foi dado conhecimento a todas as forças políticas», incluindo ao Governo dos Açores, primeiro-ministro e Presidente da República.

«Mas, de facto, há muitos interesses e muitas pessoas que dizem que nos devemos virar para o mar e que é fundamental a economia do mar, mas depois resultados não vemos e não há atuação», adiantou.

Ventura de Sousa, que diz que esta não é a primeira vez que há razões de queixa da Atlânticoline, lembrou ainda que os dinheiros públicos portugueses e europeus para construir estes dois barcos vão acabar em Espanha.

«Estamos a pagar e a viabilizar uma indústria estrangeira, nesta caso, a espanhola. Isso até aceitava se nos tivessem dado condições idênticas para concorrer. Não nos permitiram concorrer», concluiu.