Economia

Ainda é cedo para pensar em suavizar medidas do acordo, diz Ulrich

O presidente do BPI aplaude as declarações de Vítor Gaspar, que hoje descartou um pedido de suavização das metas do programa da troika, considerando que ainda é cedo para pensar em alterações aos objetivos do memorando.

O acordo foi assinado em maio, o Governo tomou posse em junho e por isso, diz Fernando Ulrich ainda é muito cedo para pensar sequer na hipótese de suavizar as metas do acordo assinado com a troika.

«Ainda não fez um ano que o programa foi assinado, nem fez um ano que o Governo está em funções. Portanto, penso que é muito cedo para falar em alterações, mudanças, suavizações, o que quer que seja, e por isso concordo com o que o ministro disse», afirmou.

Sobre um regresso aos mercados em 2013, o presidente do BPI garante que não faz ideia se isso vai ou não ser possível, mas lembrou que nesse aspeto a tarefa do Governo é bem mais difícil que a dos bancos, que têm ferramentas interditas ao Estado.

«O acesso ao Banco Central Europeu, o acesso às garantias do Estado, por acaso não utilizamos nem estamos a pensar utilizar, mas que é um mecanismos que existe. E por outro lado temos uma fonte de financiamento, que até agora não só não parou como até tem estado a aumentar, que são os depósitos. Portanto, reconheço que por maior que seja o orgulho que tenho na gestão, penso que a do Governo é mais difícil do que a nossa», admitiu.

O que o país precisaria na verdade, e num plano teórico, seria de um programa não a três anos mas para uma década, defendeu.

«O que a realidade precisa é de um programa a dez anos, mas isso é impossível porque os mercados não aceitam e o mundo político também não. Nós se calhar vamos demorar dez anos mas vai ser sempre por etapas, por avanços e recuos, a consequência é que temos que ter paciência», referiu Fernando Ulrich.

Na apresentação de resultados do BPI, o presidente do banco voltou ainda a garantir que o problema do crédito em Portugal está do lado da procura.