O crédito malparado atingiu novamente máximos históricos em fevereiro, tanto nos empréstimos concedidos às empresas como entre os particulares, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).
O boletim estatístico do BdP, hoje divulgado, regista que 3,5 por cento dos empréstimos concedidos a particulares eram considerados de cobrança duvidosa em fevereiro. O malparado entre os particulares aumentou 95 milhões de euros entre janeiro e fevereiro, para se fixar em 4.872 milhões de euros.
No caso do crédito à habitação, o volume do malparado ainda é relativamente reduzido - na ordem dos dois por cento. No crédito ao consumo, contudo, a percentagem de empréstimos que a banca já não tem esperanças de receber chega aos dois dígitos: 10,5 por cento.
Todos estes valores são recordes, tanto em absoluto como em percentagem do total. O mesmo se verifica nos dados do crédito concedido às empresas.
O crédito malparado às empresas atingiu em fevereiro 8.285 milhões de euros, mais 651 milhões de euros do que em janeiro, valor máximo desde que o BdP começou a compilar estes dados (1997).
Este volume de empréstimos de cobrança duvidosa equivale a 7,3 por cento do total do crédito concedido às empresas.
Parte do aumento do malparado em proporção do crédito total tem a ver com a diminuição do volume de empréstimos concedido pela banca. Com efeito, em fevereiro o volume de créditos a empresas e particulares caiu em quase todas as categorias, com exceção do crédito à habitação.
O volume dos empréstimos a particulares para aquisição de habitação aumentou em fevereiro para 113.112 milhões de euros - um crescimento de apenas 0,4 por cento relativamente a janeiro, mas ainda assim a primeira vez que o crédito à habitação cresceu desde fevereiro do ano passado.