Economia

Proprietários preocupados com aumentos do IMI

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A Associação Nacional de Proprietários fala de «situações escandalosas» e não percebe os aumentos para cinco ou sete vezes o valor atual do Imposto Municipal sobre os Imóveis.

A Associação Nacional de Proprietários está preocupada com a estimativa dos aumentos do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

De acordo com as últimas contas feita pela associação, o aumento do IMI, que em alguns casos chegará a cinco vezes mais do que o valor pago atualmente, pode levar muitos proprietários a ficarem com "a corda na garganta".

António Frias Marques, presidente da associação, diz que não há nada que justifique estes aumentos.

«Nós de grosso modo podemos dizer que as coisas hoje valem, quando valem, metade daquilo que valiam em 2008. Numa altura em que as coisas estão a desvalorizar todos os dias, gostava que me explicassem qual é a fundamentação para o valor do imposto estar a subir. Nós fizemos um inquérito a associados nossos, do Algarve até ao Minho, e conseguimos estabelecer uma média de que os aumentos vão ser para cinco vezes», contestou.

«Mas há casos escandalosos. Temos uma associada nossa do Porto que vai pagar sete vezes mais», denunciou António Frias Marques.

O responsável considera que o Governo está, neste caso, a ir muito além do que foi acordado no memorando de entendimento com a troika. Por isso, a associação pede que haja diminuição do imposto e que a fórmula seja alterada para valores que sejam mais realistas.

«Vamos ver se sustemos esta avalanche de desgraças e vamos por os impostos num nível que as pessoas possam pagar. E mais, a troika previa que para o ano de 2013 o IMI aumentasse 25 por cento (...) e que no ano seguinte que o aumento fosse de 15 por cento. Se a própria troika impõe um aumento de 40 por cento, não há necessidade nenhuma do Governo ir muito além da troika e meter mais um zero e passar a ser um aumento de 400 por cento. O que é perfeitamente descabido e as pessoas não aguentam», revelou.

A Associação Nacional de Proprietários vai agora enviar as preocupações e o alerta para o primeiro-ministro e para o Ministério das Finanças.