O presidente da SaeR considera que Portugal tem de conseguir colocar a sua economia a crescer entre os 4 e 5 por cento ao ano para conseguir pagar a sua dívida, juros associados e eventualmente conseguir reduzir o nível da dívida.
«Para pagar os juros, para pagar a dívida e para reduzir a dÍvida, Portugal não pode crescer a taxas baixas, tem de crescer a taxas relativamente elevadas e portanto tem de procurar crescimento na ordem dos 4 a 5 por cento para conseguir definitivamente dar a volta à situação», afirmou o presidente da SaeR - Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco, José Poças Esteves.
Na apresentação do relatório trimestral da SaeR, o responsável defendeu que Portugal «está no bom caminho» mas «podia ir um pouco mais longe», em especial, tem de resolver definitivamente o seu problema de médio/longo prazo.
«Portugal tem de entrar definitivamente na senda do crescimento, e para entrar tem de identificar os setores da economia internacional em que nós temos condições competitivas fortes e isso ainda não está a ser feito, pensa-se que criando as condições para o investimento que isso é o suficiente para os investidores chegarem e virem para Portugal, mas não é suficiente. Portugal tem de criar incentivos para a procura desses novos setores em crescimento», afirmou.
A SaeR defende que Portugal tem de identificar como prioritários setores como o turismo e turismo náutico em particular, da economia do mar, das pescas, da produção de peixe em aquacultura, das energias renováveis e fósseis (neste caso procurando identificar se o território nacional, em particular no mar, tem recursos naturais) e para isto também identificar quem são os países «amigos».
«Há soluções para o país, temos é de saber encontrá-las. Não vamos ficar pela tese neoliberal de 'vamos criar condições que o investimento aparece», afirmou.
O presidente da SaeR considerou ainda que o Governo «não está a fazer nada de mal», mas salientou que a estratégia é incompleta.