Política

Rui Rio diz que regime precisa de reformas

Na véspera do 25 de Abril, o autarca do Porto aproveitou uma cerimónia de entrega de condecorações para atacar a classe política, a banca e até a comunicação social. Para Rui Rio, o 25 de Abril trouxe liberdade, desenvolvimento e igualdade, mas a democracia já viveu melhores dias em Portugal

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, olha para trás e não tem dúvidas: os valores e os princípios que Abril conquistou não estão a ser defendidos como foram no passado.

«A nossa democracia tem-se vindo a degradar e tem assim permitido os esvaziamento dos principais valores que o próprio regime visa assegurar», afirmou.

Para restaurar os níveis de liberdade, igualdade e desenvolvimento, o autarca do Porto defende uma revitalização e credibilização do poder político.

A classe não tem sabido estar à altura, Rui Rio marca no calendário o início do caminho errado que os dirigentes partidários iniciaram.

«Ao assim terem procedido ao longo dos tempos, designadamente desde 1995, mais não fizeram do que trazer o nível da intervenção política para o degradado patamar que conhecemos e para desastrosos resultados em matéria de competência governativa», sublinhou.

No discurso que marcou a entrega de condecorações municipais, Rui Rio reconheceu culpas no endividamento exagerado das autarquias. Culpas que estende à Banca sem aliviar o tom crítico.

«Também a Banca não se pode eximir das responsabilidades que lhe cabem, do descalabro financeiro a que chegámos. A começar na incompreensível passividade do Banco de Portugal e a acabar nos erros de gestão da própria Banca comercial, cujo respeito pelo interesse pelo país esteve quase sempre aquém daquela que foi a sua preocupação com o lucro, é por demais evidente que a sua lógica de funcionamento na esteve de acordo com a posição nevrálgica que o sector ocupada na economia nacional», criticou.

O autarca do Porto defendeu ainda reformas específicas. A da Justiça é urgente para garantir mais transparência e mais controlo democrático, e à comunicação social, Rui Rio pediu rigor e verdade. O lucro não pode estar acima de tudo, a verdadeira liberdade de imprensa assim o exige.