Procurador polémico foi o primeiro a não ser reconduzido no cargo. Alberto Pinto Nogueira culpa o «poder» que, segundo diz, «favorece, protege e promove os medíocres e os sabujadores».
O procurador-geral distrital do Porto, afastado recentemente do cargo, afirma que «o poder, seja lá de que natureza for, persegue e odeia os homens livres, mas favorece, protege e promove os medíocres e os sabujadores».
São estas as razões «sintetizadas» por Alberto Pinto Nogueira para que o Conselho Superior do Ministério Público tenha chumbado na passada quarta-feira o seu nome para uma recondução à frente do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto.
Num comunicado, a que a TSF teve acesso, enviado hoje aos magistrados do distrito, o procurador que recentemente ameaçou fechar o DIAP do Porto por falta de condições e segurança, reage de forma dura ao afastamento.
Alberto Pinto Nogueira sublinha que o Conselho Superior do Ministério Público não discutiu nem apresentou qualquer justificação para rejeitar a nova comissão de serviço. O tema não foi discutido em nome do secretismo do voto do Conselho Superior, mas o procurador-geral geral distrital sublinha, contudo, que se sabe quem votou contra a proposta: os quatro representantes do sindicato, os cinco representantes do poder político e o procurador-geral distrital de Coimbra.
Para além deste comunicado, a TSF também teve acesso a um requerimento que Alberto Pinto Nogueira escreveu ao Conselho Superior do Ministério Público. Neste documento, o ainda procurador distrital do Porto lamenta o «vexame público» de que foi alvo e diz que foi «desprezado publicamente o magistrado mais antigo do ministério público», com 42 anos de serviço.